terça-feira, 14 de maio de 2013

CATÁSTROFE




É natural, colossal,
feito mirabolante,
aquela onda gigante?
E aquele vendaval uivante?
(...não é ele coisa que me espante...)
Seca ou inundação, furacão,
funesta guerra, açoite ou fusta?
(...nada disso me assusta...!)

Bem pior, acredite amor,
é aqui e agora você não estar
se a gente precisa desse seu fulgor,
do seu olhar, seu carinho,
seu zéfiro amável pra soprar
as velas do meu barquinho

Flor de todos meus bens,
(é disto que saí à procura
até o portão da loucura:
aquilo que ainda não tens)...

E já procurei pedra nobre
(pra te oferecer)
e tudo parece tão pobre
(pra te merecer)

Me diz, o que tem o seu olhar?
como ele é assim?
...brilhante alquimia de azuis

(se já todo ele é mar...!)

Me diz, como é feito o seu andar?
ó noiva de passos transparentes,
alma luzidia, bela indiferente

(se o seu desejo não guia esses passos...)

Me fale dessa luz de setim
que a minha alma ilumina,
a que me explode no peito
e no meu leito se pousa, por fim...

(...como carícia dum presente 
que se quer eterno,
      como cadência 
que não saberá
          jamais morrer).





                                               Sándalo Naranja

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