Mostrar mensagens com a etiqueta separação. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta separação. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 24 de julho de 2013

OLHANDO PARA O CÉU




Thrilled, very expectant at the prospect of finding you again, yet very serene spiritually... how is that possible? Can my desire be actually endless? May it last as long as my life, without being spent? How can anyone's desire be "spent"? By tasting the fruity lips it so much wants? Or the opposite, just being spent by sitting there and contemplating how life runs away?

Te chegaste a mim tão docemente, linda. De repente, um dia olhei para ti e estavas dentro de mim, tão bonita, tão confortável. Nem sei como encontraste a entrada, até juraria que nem a procuraste. Mesmo assim, cá estás tu, com esse jeito teu que não se explica. Não te deixaria sair do meu coração por nada deste mundo. 

E eu? Não sei como cheguei até este momento que me faz olhar ao céu, até este sentir, até este ser. Sem ser de ninguém, te pertenço, e o mesmo sinto de ti, we exist together, como tu disseste, yes, sure we do, assim sinto certamente, e digo-te, acabo por te dizer quando as palavras já não me cabem no peito, e escrevo, ou falo sozinho contigo, we belong together, que é como dizer não há lugar melhor para mim no mundo que pertinho de ti, nem sensação melhor que saber de ti, nem melhor préludio que o caminho que me leva para ti, nem pensamento mais bonito que aquele que permanentemente me visita com o teu sorriso belo de morrer.

Olhando para o céu. Qual será o vento que te traz de volta? Não demoras já muito, pois não? Belong, but please don't be long!



Sándalo Naranja





domingo, 2 de junho de 2013

A ESPERA








O que te ensinam os dias?
A esperar, ou melhor ainda,  a saber esperar, e não desesperar.
As gavetas que foram ficando vazias esperam com avidez o momento preciso  e precioso para que alguém as feche para sempre. São muitas, cada vez mais, nuas, desprovidas de objectos, de matéria palpável, cansadas, paradas, absortas entre os minutos que passam ritmados, ao sabor das brisas marítimas, e os outros que virão.
São silenciosas. Algumas vezes não. Ouvem-se as vozes saindo da madeira antiga, rezando uma oração pequenina e ténue.O armário é sempre o mesmo mas, com o passar do tempo, as gavetas aumentam de número, alinham-se na vertical, de uma forma falsamente organizada. Ilusões, sim ilusões.....

 



Tu abandonaste há muito tempo o desespero de as saber vazias.
Permanecem contigo mas já nem  as sentes, ou talvez não as queiras sentir, com o seu rugir lamentoso de carpideiras gregas.
Mas se custou, ou melhor, se dói, se incomoda, se bate forte contra o corpo a sua existência acomodada? 
Sim, claro. Não poderia ser de outra maneira.
No entanto há tudo o resto capaz de suplantar a angústia de uma existência não desejada: a delas.
O riso, os olhos meigos, os cabelos encaracolados e compridos, as lágrimas que não gostam de lenços com cheiro a cebola, os pedidos doces " vamos lá cantar aquela canção outra vez!", o corpo desengonçado que teima em correr sem parar,as vozes de quem não sabe falar baixo, ecoando por todo o lado, pois estas são as vozes do futuro..... são eles os espíritos indomáveis que um pequeno toque pode captar , assim, quase sem querer, e já está, e as notas correm,a atenção aparece, o coração estremece porque afinal " a música é mesmo bonita"!



Se eles pudessem imaginar que existem armários repletos de gavetas vazias.....


AMAN