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quarta-feira, 24 de julho de 2013

OLHANDO PARA O CÉU




Thrilled, very expectant at the prospect of finding you again, yet very serene spiritually... how is that possible? Can my desire be actually endless? May it last as long as my life, without being spent? How can anyone's desire be "spent"? By tasting the fruity lips it so much wants? Or the opposite, just being spent by sitting there and contemplating how life runs away?

Te chegaste a mim tão docemente, linda. De repente, um dia olhei para ti e estavas dentro de mim, tão bonita, tão confortável. Nem sei como encontraste a entrada, até juraria que nem a procuraste. Mesmo assim, cá estás tu, com esse jeito teu que não se explica. Não te deixaria sair do meu coração por nada deste mundo. 

E eu? Não sei como cheguei até este momento que me faz olhar ao céu, até este sentir, até este ser. Sem ser de ninguém, te pertenço, e o mesmo sinto de ti, we exist together, como tu disseste, yes, sure we do, assim sinto certamente, e digo-te, acabo por te dizer quando as palavras já não me cabem no peito, e escrevo, ou falo sozinho contigo, we belong together, que é como dizer não há lugar melhor para mim no mundo que pertinho de ti, nem sensação melhor que saber de ti, nem melhor préludio que o caminho que me leva para ti, nem pensamento mais bonito que aquele que permanentemente me visita com o teu sorriso belo de morrer.

Olhando para o céu. Qual será o vento que te traz de volta? Não demoras já muito, pois não? Belong, but please don't be long!



Sándalo Naranja





segunda-feira, 27 de maio de 2013

O TEU JEITO




Desse jeito tão teu, lembro-me hoje da maneira que as tuas mãos têm de pegar nas coisas, e também, quando caminhas, porque nunca nunca nunca olhas para trás, e as partes da rua que vão ficando para trás de ti desaparecem completamente como um decorado de teatro depois da cortina cair, mas tu não repararás nisso porque nunca nunca nunca olhas para trás, e ainda outra coisa muito bela acontece quando falas dessas coisas bonitas, e os teus espíritos saem de ti e dançam na mesa, e tu olhas de lado às vezes, e fixas o teu olhar sorridente nalguma coisa da tua lembrança que deve estar mesmo lá, ao lado do meu copo ou do meu guardanapo, mas visível só para ti, claro, e essa coisa tua, tão certa, todo se junta para encher com encantos que nunca mais acabam estes olhos meus, e é por isso que assim ando pela vida como encantado ao lado teu, e quando o meus olhos, coitados, já não podem segurar sozinhos tanta coisa bela, tanta coisa nova, lá começam eles a chorar, para fazer espaço para tudo isso que vem aí amanhã, e falando disso, será que arranjas tempo para um café comigo?




Sándalo Naranja

domingo, 26 de maio de 2013

AGENDA





No domingo vou pensar cada centímetro de ti. Na segunda, com alguma sorte, beberei café contigo. Na terça faço planos de declarar-te meu amor, novamente, com Dolby-B e sensurround. Na quarta convidar-te-ei a um concerto à noite, e beijar-te-ei se me das a mínima oportunidade. Na quinta terei que fingir que não estou a morrer pelo teu amor (Olivier & Brando são amadores ao meu lado). Na sexta, if lucky, talvez possas almoçar comigo e eu possa saciar um pouco a minha sede, que já antecipo será louca, de estar perto de ti. No sábado brindarei ao telefone contigo. No domingo serás o meu sonho, nem penses em faltar.

Para as semanas seguintes tenho tudo muito, muito ocupado. Não quero cansar-te com pormenores, mas estou a planear escrever vários poemas, cartografar o teu corpo com este meu olhar mais e mais desenvergonhado, avivar o teu desejo de mim, despentear-te, perceber o mistério da dança das tuas mãos, construir uma casinha perto dos teus olhos lindos, também gostaria muito se pudermos dar um abraço, depois se vê, perceber bem o que motiva o teu blush, porque te faz ficar linda de morrer, e agora devo parar de escrever, porque se continuasse já nunca poderia parar, são tantas as coisas, tu percebes, e o tempo cabrão sempre tão curto, isso me faz lembrar que um dia deveríamos tentar matar o tempo para sempre, atravessando o seu coração mesquinho com um ou dois raios da luz, isso será suficiente, e depois disso nunca mais precisaremos de agenda nem de planos, nem de olhar para o relógio porque está a ficar tarde, we should be going now, sempre a mesma coisa, contigo o tempo desliza e nem se nota que já foi, e aquela mulher-milagre que estava aqui comigo há poucos segundos onde foi, alguém a viu, por favor?




Sándalo Naranja

terça-feira, 14 de maio de 2013

CATÁSTROFE




É natural, colossal,
feito mirabolante,
aquela onda gigante?
E aquele vendaval uivante?
(...não é ele coisa que me espante...)
Seca ou inundação, furacão,
funesta guerra, açoite ou fusta?
(...nada disso me assusta...!)

Bem pior, acredite amor,
é aqui e agora você não estar
se a gente precisa desse seu fulgor,
do seu olhar, seu carinho,
seu zéfiro amável pra soprar
as velas do meu barquinho

Flor de todos meus bens,
(é disto que saí à procura
até o portão da loucura:
aquilo que ainda não tens)...

E já procurei pedra nobre
(pra te oferecer)
e tudo parece tão pobre
(pra te merecer)

Me diz, o que tem o seu olhar?
como ele é assim?
...brilhante alquimia de azuis

(se já todo ele é mar...!)

Me diz, como é feito o seu andar?
ó noiva de passos transparentes,
alma luzidia, bela indiferente

(se o seu desejo não guia esses passos...)

Me fale dessa luz de setim
que a minha alma ilumina,
a que me explode no peito
e no meu leito se pousa, por fim...

(...como carícia dum presente 
que se quer eterno,
      como cadência 
que não saberá
          jamais morrer).





                                               Sándalo Naranja

domingo, 12 de maio de 2013

RESEARCH



Já te falei disso tantas vezes, desde o primeiro dia, é estranho, eu nunca tive uma mente dada à matemática, mas quando te vejo caminhar é logo nisso que penso: alguém com jeito para isso, um sábio, o um guru, alguém que soubesse descrever o teu caminhar com fórmulas e equações, já sabes, os ângulos de rotação dos teus lindos tornozelos (vi-os anteontem, coisa delicada e bela!), enfim, tu percebes, o rácio do impulso vertical proporcionalmente inverso à velocidade angular, sei lá, esse tipo de coisas das quais eu não percebo nadinha, mas que me fascinam em ti, e que tenho certeza podem ser explicadas pela ciência, olha para todo esse dinheiro que investimos em bolsas e universidades, o porquê dos teus pés deixarem no chão um vapor luzidio que talvez seja eu o único que repara nele, o porquê das coisas que tocas ficarem logo diferentes, o porquê de quando almoço contigo não me lembro da fome que tinha enquanto esperava por ti, o porquê dessas marcas invisíveis que deixas em tudo, não apenas nos copos e nos talheres, mas também nas canções e nos poemas e nas esquinas e nas fontes e nos edifícios antigos.



Sándalo Naranja

segunda-feira, 29 de abril de 2013

O MEU OLHAR DEMORADO





Como seria bom se pudesse olhar para ti mais devagar, com a serenidade devida, se conseguirmos parar o tempo do olhar, também, e assim, fotograma a fotograma, pudesse eu registar com alguma precisão o voo das tuas mãos, o alvoroço das tuas pálpebras, a fina dança das costuras da tua roupa quando caminhas, enfim, e um outro mundo infindável de pormenores  que detecto aos poucos e nunca consigo consignar devidamente, 


e talvez assim, em slow-mo, conseguisse eu ver onde é que o teu olhar se pousa exactamente quando falas dessas coisas tuas com esse meio sorriso de encantar... gostaria, enfim, de olhar para ti já sem uma réstia de vergonha nem boa educação, e com o máximo deleite, e que tu te achasses, plena de ti no meu olhar, e nele sentisses esse tocar vagaroso de que tanto te falo, aquele em que se misturam as aguas da ternura mais doce e do desejo mais aceso de ti, numa foz onde já não é mais possível separar as águas, e todo o olhar se revela carícia, finalmente e para sempre desenvergonhada, que te despe de palavras, de razões, de roupas, e atravessa o teu corpo (tão amado!) duma luz como um zénite sem sombras.






Sándalo Naranja

terça-feira, 23 de abril de 2013

(BE)LONGING


Estranha saudade do futuro que me fazes sentir.

Alimentada de memória, vivida num agora eterno, reluzente de futuros.

Vem.