sexta-feira, 10 de maio de 2013

BEATRIZ





Muitas muitas, tremendas, silenciosas saudades tuas, capazes de subir-me aos olhos e cair mansamente na escuridão, tingidas da emoção da música, claro, claro, mas mais, muito para além disso embora ninguém saiba, mas sei eu, e sabem também esses retalhos de canções, todas querendo falar do que eu sinto com esses enxames de palavras tão belas, e que me falam desse temps perdu que escoa como areia entre os dedos, que dói como janelas que fechassem sobre os meus dedos, subitamente sopradas por um mau vento, das promessas que não fizeste mas estás disposta a pagar, da verdade que vivo de coração dorido, das janelas tão escancaradamente abertas dos meus sonhos, e tu que de repente não pareces nada nada interessada em Beatriz ao telefone, lógico, eu tinha dito a brincar, e então eu começo a desejar com toda a minha força que Milton não se lembre de cantar Beatriz, por favor, não não não Milton, nem pensar nisso, porque se te passa pela cabeça cantar Beatriz, alguém que me explique onde é que eu poderei esconder tantas lágrimas e ainda esses cavalos que saltam selvagens no meu peito.




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