quinta-feira, 25 de julho de 2013

THE ETERNAL WAVE



Facing the ocean here, it's just a few meters away. With all its might and splendor. In my eyes, my ears, my lips, my nose. Deep within me, beyond my senses. The greatest show on earth.

No no no. The third greatest. The first is you walking, second your blush.

One can have a romance with the ocean, and nobody gets ever hurt. In spanish, the ocean is male, as in "el mar". But poetically, it can be female, too, "la mar". Even without going deeper into semantics, you will agree with me that the ocean is female, won't you? Deep, always beatiful, tirelessly working, ever-changing, unpredictable, moon-induced, tidal, seabed of all beauties and misteries, surface and depth.

The ocean, such a great companion. She is always there, you just need to know the tide schedule. The fact is, she is always busy, but she always manages to make some room for you when you go to see her. Her house is always ready for our rendez-vous. She loves surprise visits, too! She is a versatile and untiring lover.

She is an oracle, too. You can ask questions to her. She always gives you back a bit of yourself, like a mirror. Not an image, but something of our muddy insides, reflected in her surface for us to see.

I have searched for you on her, you know that. It started with the blue(s) of your eyes, but it soon became much more. A liturgical place. I always thought I had more chances to find you by the sea. You told me "I happen to live nearby". I came a thousand times, or more, and maybe I found you four or five times, by chance. Not bad at all, uh?

So a rich metaphor was created, initially without any conscience on my part. It created itself, really, I just caught it in words, day after day. My ship, my navigations, my game of encounter, the gulls, the sands, the beacons, the foz where the sweet and salted waters blend... The ocean was an inmense tapestry (you like that word) for your poetry to unfold. Here I have had a trillion thoughts about you, here I weaved a trillions words for you. Thousands of rendez-vous with you took place here, even without you. Here I always find you, somehow.

I like it all about this ocean. Sounds, sights, smells, taste... The constant hammering of the waves, their humble retracing back of the waters, before kissing the sands again. She is always the same, always different. More, she could turn colder or warmer or bluer or more tempestuous, or anything, and I would still love her. I won't tire you with more descriptions.

I like it ALL about you, too. My liking you goes beyond time. It is really as boundless as the oceans, or more. There is something about you I will always love, no matter what you may become overtime.

We may never share a house, but I feel you as my home. I know that, simply. This is why I use so much the word "eternal" when trying to describe my feeling for you. This is why I don't tire of trying to "win" your love.

The impossible bit was finding you, the remote possibility happenning, the spark of chance making our paths crisscross. You existed, we met!

(My love is a flow experience. I am a humble musician, but I know to spot flow experiences when I sense them. Flow experiences are NEVER wrong. They are a source for us to learn about life).

You have triggered something deep and powerful within me. This, alone, is beautiful in itself. I would love to see it developing, nurtured by your company and your love. It is a living thing.

The nacreous love, remember?

You are always my last thought before sleep. I wake up with you, too. Always. The in-between, the dream kingdom, you know well. Saying you are the woman of my dreams is so true, but it is an understatement. You are the woman of my waking life, too.

The waters are almost reaching me. The ocean is on the wild side today. It is so beautiful. Like the waves, my love is building up far away from the coast. Tirelessly, strong. You can see it, just grab your National Geographic binoculars. 

When my wave reaches you on the shore, I will kiss your feet, sweetly, over and over. And if you allow it, I will spend my life reaching for you, caressing you. Like a wave, I won't tire of loving you more and more, forever, I may become your eternal wave. What a bliss.




Sándalo Naranja

quarta-feira, 24 de julho de 2013

OLHANDO PARA O CÉU




Thrilled, very expectant at the prospect of finding you again, yet very serene spiritually... how is that possible? Can my desire be actually endless? May it last as long as my life, without being spent? How can anyone's desire be "spent"? By tasting the fruity lips it so much wants? Or the opposite, just being spent by sitting there and contemplating how life runs away?

Te chegaste a mim tão docemente, linda. De repente, um dia olhei para ti e estavas dentro de mim, tão bonita, tão confortável. Nem sei como encontraste a entrada, até juraria que nem a procuraste. Mesmo assim, cá estás tu, com esse jeito teu que não se explica. Não te deixaria sair do meu coração por nada deste mundo. 

E eu? Não sei como cheguei até este momento que me faz olhar ao céu, até este sentir, até este ser. Sem ser de ninguém, te pertenço, e o mesmo sinto de ti, we exist together, como tu disseste, yes, sure we do, assim sinto certamente, e digo-te, acabo por te dizer quando as palavras já não me cabem no peito, e escrevo, ou falo sozinho contigo, we belong together, que é como dizer não há lugar melhor para mim no mundo que pertinho de ti, nem sensação melhor que saber de ti, nem melhor préludio que o caminho que me leva para ti, nem pensamento mais bonito que aquele que permanentemente me visita com o teu sorriso belo de morrer.

Olhando para o céu. Qual será o vento que te traz de volta? Não demoras já muito, pois não? Belong, but please don't be long!



Sándalo Naranja





THE FLAME



Whenever I have a free second,

I use it to be with you

One free second with you makes me sigh for more

One free minute with you is a heavenly delight

One free hour with you is Eternity 


(the good kind of Eternity)


Often, you stop time: an instant becomes eternal

Time with you is written with capital letters

I will seek you for the rest of my Time

My love is yours to keep: an eternal flame



Sándalo Naranja




O ANJO QUE NOS GUARDA



Sabes? Quando olhamos para o lugar certo com o olhar certo, a realidade explode num arco-íris, como uma festa. As coisas misturam-se, relacionam-se, é um carnaval.

Eu acho que isso é aquilo ao que depois chamamos "coincidências". 

Não adormeças já. Deixa-me contar uma história sobre coincidências:

"Ele disse-lhe à ela, um dia de Março, a história dum poema e um anjo com um guarda-chuva branco, passado num certo jardim que eles conheceriam, juntos, mais tarde.

Eles conheceram-se, dois anos depois do poema do anjo ter sido escrito.

Ele gravou para ela um CD com músicas belas. Ele queria criar uma paissagem para ela poder "habitar" com ele, sempre que ouvisse as músicas. Ele ouvia o mesmo CD, e tentava adivinhar o que ela sentiria quando ela ouvisse.

Ela ouviou logo, disse "wow!" para ele...Gostou muito duma música, a # 4, que ele tocaria para ela, e só para ela, num concerto dele ao qual ela não poderia ir, mas afinal foi. A música foi uma prenda com que ele quis acariciar a alma dela, quando soube que ela afinal viria.

Mas no CD havia outra canção, linda, é certo, mas uma mais entre muitas canções lindas: Beatriz. A canção falava, poder-se-ia dizer, dum anjo, que voava entre trapézios, em forma de mulher. Ele, tocado desde sempre pela canção, escreveu um dia sobre ela no seu blog. A mulher leu e gostou muito. Nesse dia, ou pouco depois, quando ela cozinhava, ouviu Beatriz surgindo dum CD que ela tinha comprado recentemente. Beatriz tornou-se um objecto mágico para ambos. Um lugar de coincidências mágicas e encontros remotos.

As vidas ficaram cheias de anjos em poucos dias... As Asas do Desejo (Der Himmel über Berlin), Besson... U2 ... Ela disse-lhe que as mulheres são anjos enviados para ajudar os homens. Ele não acreditou. 

Marion, a trapezista do filme As Asas do Desejo, transformou-se em Beatriz... também a mulher transformou-se para ele em Beatriz, a mulher/anjo, a soma de todas as belezas, doçuras, sonhos e desejos. 

Ele começou a frequentar o rio nos seus passeios solitários. Reparou no anjo de bronze, uma magnifica escultura, colocada perto da foz de todos os sonhos. Um lugar belíssimo e mágico. Ele visitava o anjo como quem visita a metáfora da amada. 

Nesse anjo, ele começou a ver um símbolo. Tudo o que ele não poderia nunca fazer com ela - acordar juntos, viajar, cozinhar para ela, oferecer flores num parque...-, o anjo representava o poder de superar aquilo que era, aparentemente, impossível. 

Para demostrar isso, o homem, em pleno uso da sua lucidez, começou a levar flores ao anjo. Muitas noites, guiava até lá, cortava umas flores vermelhas que crescem perto da escultura, e colocava-as entre os dedos dourados do anjo. Um gesto bonito que ele realizava cada noite com serena simplicidade.

O homem pensou muitas vezes em contar esta história à amada, mas nunca o fez. Uma vez, quase sucumbia ao delírio da confissão! Mas soube calar. Achou ele que existia uma beleza peculiar no facto de essas flores serem uma ofrenda interior, um segredo, um símbolo privado, não apenas do seu amor, mas também da sua força para superar todos os obstáculos que o seu amor encontraria. As flores eram também, um pouco, para ele próprio...

Semanas mas tarde, começou a passear a beira-rio com ela, aproveitando uma breve e maravilhosa oportunidade ao fim da tarde. Era uma primavera linda! Juntos, passavam ao lado do anjo, com as suas flores. Ele sorria. Ela, possivelmente nem reparava na presença das flores, mas isso, na verdade, não interessava demasiado. 

Um dia, ela enviou um texto para ele. Preto e branco era o título. O homem ainda se lembra da emoção enquanto precariamente tentava traduzir os herméticos caracteres dessa língua bela e desconhecida. E lentamente, um objecto lindo começou a aparecer à sua frente. Lia, emocionado pelo simples facto de poder perceber, de ver cair outra barreira. No texto, ela mencionava um lugar, como um castelo, perto do rio, quase desaparecido no meio do nevoeiro. Um lugar mítico, maravilhoso. Preto e branco. 

Ele localizou o lugar: mesmo frente ao "seu" anjo mensageiro de flores. O anjo olhava sempre, imóvel nos seus bronzes, para a outra margem, directamente para o castelo da amada!

Lá voltou ele a esse lugar, vezes sem conta, para sentir no seu ser a confluência de todas as magias e belezas. O rio, o mar, o anjo, o castelo, as flores, os faróis, Marion, Beatriz, o mais belo de todos os seres que ele nunca conheceu, a mulher que, com sorte,  ensinar-lhe-ia a "não andar com os pés no chão", deixar-lhe-ia "entrar na sua vida".

O lugar, também no meio do vazio liquido do seu coração, continua a ser belo e mágico. O homem ainda leva flores, algumas vezes, porque há coisas que, mesmo que não façam sentido, não acabam assim tão facilmente. Nem o nevoeiro derrubou o castelo, nem esse silêncio dela conseguiria nunca matar o amor do homem".

Esta é a história do anjo. Espero que tenhas gostado, linda. Agora vai, dorme... Eu fico a guardar os teus sonhos...


Sándalo Naranja

JUEGOS FLORALES



Fresias, azaleas, heliconias,
ixias, lavandas, crisantemos;

Dalias, gladiolos, pensamientos,
iris, peonias, girasoles;

Rosas, hibiscos, azaleas 
lirios, hortensias, tulipanes;

Dianthus, orquideas,  amapolas
aralias, azucenas, alhelíes...;


(Un delegado de cada especie, para tí, amor):

Aunque no fuesen multiformes
derrochando curvas, sinuosidades,
inundando retinas e párpados
rompiendo el día en gritos cromáticos
(sí, como Aves del Paraíso),

Jardines y huertos se justificarían, en si
como sueños sonoros, semilla de vientos,
Canteros de encantos y fonemas

Regalando pétalos 
                     de sonido 
                                                                                para poemas



Sándalo Naranja



sábado, 20 de julho de 2013

DREAMS VERSUS REALITY



...reaching for you, that's all I do, dreaming long-distance, tuning my dial to catch your waves, to find your signal in this wide wickedly silent web...

... no no no, all this is poetry, and a pretty bad one at that, in fact all there is to say is that...

... we exist together, I feel now, and now these words of yours sink in me with new insight, "we exist together", yes, we surely do, we can feel the bond, the link, the tie, the question now is...

... well, the question now is what to do with that precious bond, isn't it, how to live with it, within it, how to nurture it, to make it work for us, without upsetting it, making it a bond of freedom and love, a bond of here and now... and you know, here and now, what I really die for is...

... being charmed again (and forever) by your tantalizing eyes, trembling at your call, marvelling at your blush, dissolving under your fingers, being reborn by your kisses, holding you in my loving arms, or nesting by your chest and listening to your heart's song, with my mouth still open, our hands slow and light, moving with deliberate, dream-like languor...

... and what I imagine does not need to be true, no no no, but just one among thousands of possible worlds, I imagine one afternoon of awe and surprise, with me asking you to pinch my arm to wake me up, or to whisper in my ear  "yes, silly boy, we are really here, existing together, now close your mouth and enjoy", and obediently I would close my unbelieving mouth, and would open it again, this time fully believing those lips that are coming to me like the ripest fruit, explaining to mine the delightful difference between dreams and reality.

terça-feira, 16 de julho de 2013

OUTRA VEZ NÃO

Peço-te. Não me questiones incessantemente acerca daquilo para o qual eu não tenho resposta.




Ensinam-te a usares a razão para explicares o melhor da tua  vida e tu acreditas. Naquele momento, sentado numa carteira envelhecida, pequena e cheia de histórias,  acenas com a tua pequena cabeça de caracóis negros e tudo faz sentido. E tudo está certo. Os mestres precisam de ter a certeza da sua função, nem que seja tudo uma mentira bem encenada. No teatro também te fazem crer, não é? Romeu amava Julieta. O amor é eterno  e nem a morte  o pode diluir. Acreditas? Sim. No quadro os amantes voam realmente sobre os campos. Acreditas, não?
E depois, afinal, há tantas outras coisas. E vais descobrindo, e vais contando, e vais lendo, e vais sentindo, e vais trocando, e vais dançando ao ritmo sensual daquela música quente vinda daquele país em forma de crocodilo. Mas o teu corpo não tem dentro de si a loucura inata dessas mulheres. Olhas e imitas mas não é a mesma coisa. Mas insistes. E, de repente, já entraste na mesma roda louca de ritmo tropical e o sangue sobe-te à cabeça e disparas.
Uma espécie de bomba relógio.
Afinal é só deixar cair por terra todas as máscaras, todas as correntes, todas as fórmulas feitas.
Olhar e ver os estilhaços pisados por aquela multidão feliz, numa noite quente de Verão.
Outra vez não. Não me questiones.
AMAN


A TRANSPARÊNCIA

Estás lá mas ninguém te vê. Trata-se de uma espécie de transparência.(Como se fosses transparente  realmente. Percebes?)










E tem sido sempre assim até chegar ao preciso ponto em que compreendes ( a verdadeira compreensão demora tempo a chegar!) que não pode ser de outra maneira. No fundo não estás só. Estás contigo. E há aqueles sorrisos todos à tua frente, a certeza de um futuro, de uma eternidade assegurada,a possibilidade real de novos tempos, cheios de esperança porque todos os homens só sobreviverão se alimentados pela fé profunda no mundo, em si, em deus, seja ele quem for. Cada um tem o seu, sendo que talvez seja ele o mesmo. Cada um o sentirá da sua maneira pessoal e íntima. E chegam as flores, uma duas, três. Não são para ti. Porque haveriam de ser? Será que alguém percebeu a permanência existente de  um pianista em cima do palco, acompanhando aquele imenso coro de vozes infantis? Alguém o viu? Alguém o ouviu? Alguém?



Afinal os pianistas aprendem o que é estar só. Sim. Horas e horas a fio. Ali ninguém pode entrar verdadeiramente. E depois os outros criticam, não percebem, chamam-nos bichos-raros. 








Bem. Assim será sempre. Cada um com a sua história e sua filosofia.
Mas nada perturbará esta serenidade aprendida e desejada.


AMAN

LUA DE SÃO JOÃO

E uma lua assim só daqui a dezoito anos.
E o calor do fim da tarde transformado em brisa fresca, acompanhando-te no regresso a casa, depois do carnaval. Porque esta festa é uma espécie de carnaval para o Porto.
Espera-se o ano todo que chegue este dia. E a ansiedade respira-se por toda a parte, quando está prestes a acontecer. E é incrível. As cores, a música, aquelas flores lilases, de pé muito alto e fino,os mangericos com o seu cheiro a Verão, a agitação, o estalar agudo dos martelos e as pessoas que saem à rua como se agora ela fosse a sua casa, a sua única casa.
E não há crise que resista. Não. Essa foi de férias por uma noite. As ruas, os largos, as esplanadas cheias, qualquer cafezinho, por humilde que seja tem a sua festa privada. Abrem-se portas, descobrem-se espaços até então fechados à vista de todos, penduram-se bandeirinhas, enfeites garridos e felizes, porque as pessoas precisam ser felizes, nem que seja só uma noite, e há alegria no ar.
E esta alegria vem lá do fundo da alma. É sincera porque as gentes do norte ou são ou não são. Não há meio termo. Assim tão seguras de si como a pedra fria com que se construiu, ao longo dos séculos a cidade.
Esta é a noite mágica. Dos filhos, dos pais, das mães, dos avós, dos tios, dos vizinhos, minha, tua, dele, dela, do amigo que veio de longe, do turista que chegou sem saber, do viajante que percorreu mil horas, da peixeira a quem as gaivotas teimavam em roubar sardinhas, à revelia. É de todos. E é isso que precisamos. É disso que o nosso país precisa. Todos por um, todos juntos para que cada um se possa sentir único e, ao mesmo tempo, parte de uma grande família.
E que essa família possa parar muitas noites para ver os balões subir no ar, como estrelas que nascem ao contrário. E o céu tornar-se, por momentos, um palco de luz criado pelas mãos dos homens.



AMAN

segunda-feira, 8 de julho de 2013

EVERYTHING IS ALWAYS NOW



I told you once before:

"Now" is "always"
"Never" is "not yet
"Everything" is "Always Now"

Now i add:

Silence is a dead end
a black hole
a muted cry

Silence is perhaps 
the noise your fears make, 
Oh dear dear

Or if you prefer,
the white backdrop 
I will use to paint the words
that will reach your heart,
eventually,
again and again, 
now, and 
      always...





terça-feira, 2 de julho de 2013

THE MIRROR INSIDE




E poderás reconhecer-te, se lembrares
os turvos caudais daquilo que sonhaste,
as lágrimas curvas como meridianos,
derramadas sobre lençóis sem nome,



as areias alegres onde amaste,
ondulante amante de olhos fixos no mar

Hoje caminhas sobre a pele do dia,
os olhos tão abertos,
enchendo o céu dos teus azuis

De toda a memória,
a tua, a minha
apenas vale esse dom luzidio
de construir o nosso caminho de hoje
com o pó dos nossos sonhos e estrelas




                                             
                                                Sándalo Naranja






WARNING



Yet one more image for later recalling/dreaming. Your hands, dancing, mirroring the movement of the imagined charleston dress, with such precision, oh my. 

I could feel it as if you were wearing it, and the dress was obediently following your body's motions. 

But, at the same time, your eyes were looking up a bit and your lips were sweetly contracting, just the way we do just before kissing. 

All this at once, hands, eyes, lips, dancing the most stylish and historically-informed charleston ever. You keep being that charming and you will end up in my dreams forever. Fair warning.

                                               
                                              

                                               Sándalo Naranja






ANGELS: IN ANSWER TO YOUR GAME PROPOSAL

Angels. Some kind of messengers, right? God’s instruments. Also someone who guides another individual, helping with his human affairs. Conveying a warning, helping to avoid a dangerous situation.

Oh, and they come as avengers, as well: fiery destroyers of entire cities and their dwellers, the enemies of demons in the final battle good versus evil. After completing their tasks, they cease to exist. 

Angels are usually boring boring boring. Worst of all, they have no sex and seem to be proud of it, which can only be due to deep ignorance or total idiocy.

I must say, I much prefer demons. Angels tend to be boring, if we except Bruno Ganz, who is simply lovable (and I would hug him and kiss him and even invite him for dinner if I could). 


Besides, demons are easier to write about, since they are not pure. They may be evil, sure, but also naughty and committed pleasure seekers, which is something I can relate to.

I did not choose to be an angel myself, I just felt as one, during some days. Then I lost my oversized white umbrella and the feeling was gone, possibly forever. I keep my wings for purely aesthetical reasons (it’s cool), and because they are a reminder of that place and that time, something that was important for me.



Angels appear in diverse forms (classical, human form plus wings), or in the form of beautiful, vibrant human beings, emanating light. These last type are also said to be fragrant

I thought you appeared to be an angel, many times, and I have not given up completely the possibility that you possess some kind of angelic nature. I say this because I feel a powerful light when you are around.




HAPPINESS WAS A CHINESE MEAL


And, you know, at the end
Happiness was a chinese meal
served by a rather ugly man,
wearing a thick moustache,
who could not be called Lu
under any circumstance,
(I mean the man, not the moustache),






and the crisscrossing of car paths, as well,
and the last-minute calls, between
the frustration of facing your empty chair
and the almost unbearable joy
of knowing you were finally coming,
and a prawn chop-suey
that came too late for me
and too early for you,
and needed to be sent back
to that unimaginable kitchen
(to be kept warm),
just as I sent forward my love
to your unimaginable heart
(for pretty much the same reason!),

and you finally came and saved
my rapidly sinking heart
and made my life unbearably happy
just by being here when I least expected,
as I watched you eating
your overcooked prawns
with a glorious smile, scorted only
by dragons and pandas and chinese lanterns,
in a time when the milenary 

Great Walls of Silence
had not yet being erected







                                            Sándalo Naranja