A perfeição não existe. É uma ilusão pensar que sim. Uma ilusão do coração.
Se dizem que somos anjos caídos do paraíso, toda ela se desfez durante a queda.
No preciso momento da nossa chegada, mal pousamos os nossos pés nesta terra, todo o corpo percebeu a força da vida nova e a possibilidade de construir um destino pela luta das mãos, rasgando véus, subindo montanhas, atravessando noites eternas sem sono, habitando dias vazios de gente, percorrendo caminhos sem mapa, numa viagem nossa à qual sabemos pertencer e da qual tantas vezes duvidamos, sim, dúvidas, incertezas, sempre, sempre. E outro dia vem e recuperamos a fé. Já não vamos sós. Nunca fomos. Acreditas?Sim, acredita. Nunca.
Somos homens e mulheres e andamos aos tombos nos dias. Caímos, levantamo-nos, amamos, choramos, sorrimos, vamos e voltamos. Assim, ir e vir, um baloiço, uma água corrente, um trapézio. Quando o sol nos bate nos olhos, ao final da tarde,ao fundo aquele céu infinito e largo, todas as memórias voltam e, à nossa frente, como se de um filme se tratasse, vão-se sucedendo, lentamente as construções passadas da realidade que o tempo refez. Agora são histórias reconstruída interiormente, dobadas a fio de oiro, a tua riqueza.
Tu tens a tua, eu a minha, ele a dele, eles, elas, todos.
Seria uma chatice não ter histórias para contar, uma valente chatice, reconheço!
Como uma estátua muito bela de mármore, muito bela, formas equilibradas que te agarram o olhar e não te deixam ir. Bela mas não se pode mexer, não fala, não sente, não vê. Pobre beleza!
Porque é na certeza da imperfeição que reside toda a possibilidade de criação.
AMAN
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