domingo, 2 de junho de 2013

EM BUSCA DO BARCO PERDIDO

Encontros ao sábado, à tarde têm disto: surpresas, duplos sentidos, coisas que não percebemos mesmo nada, pois a cabeça anda cheia de palavras, palavras e mais palavras. Só temos tempo para sentir a brisa do mar, como uma mão levezinha, quase uma asa branca,tocando os olhos, os lábios, levantando os cabelos, sem tino. Quem disse que o vento é um menino bem comportado?
Ninguém o disse e eu, na verdade, nunca o pensei.
E há um barco, ali, parado, quase uma miragem, pois se assim não fosse como me passaria despercebido?



Nem todos atravessamos os mesmos desertos, nem todos chegamos aos mesmos oásis, nem todos. A verdade é que todos caminhamos. E é bom (falemos de tesouros, então) encontrar outros viajantes que, de repente, te estendem a mão e sabes  afinal que  não vais só. E há palavras, há gestos, há imagens, há sinais, enfim mil histórias para contar, para trocar umas pelas outras, como contas transparentes de um colar com mil anos. Dás e recebes, assim como as crianças no jogo do berlinde. E, então todas as noites, diante das fogueiras intensas, vês que a lua é alta e há mil homens olhando-a com a certeza de que um abraço pode salvar o mundo.








AMAN

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